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Securitização Mono Sacado como Solução para Organização de Contas a Pagar de Grandes Instituições

Securitização Mono Sacado como Solução para Organização de Contas a Pagar de Grandes Instituições

Por: Raphael Bernardes da Silveira

Conceito de Mono Sacado

Nas relações de crédito temos o (i) credor, que é quem vendeu uma mercadoria ou prestou um serviço e passam a deter um crédito perante o (ii) sacado, também conhecido como comprador/tomador/devedor, que é quem deve pagar ao credor ou quem possuir o direito de crédito no vencimento da obrigação.

Geralmente a atividade de securitização de créditos contempla uma pluralidade de (i) credores, que cedem diversos créditos que possuem contra inúmeros (ii) sacados, que passam a dever à entidade que adquiriu referidos créditos.

Entretanto, quando uma entidade tem interesse na aquisição somente de créditos devidos por um sacado específico, e os diversos credores cedem esses créditos para essa entidade, essa operação é chamada de “mono sacado”.

Por Qual Motivo a Devedora Estrutura esse Formato de Securitização

Considerando a complexidade das operações de uma atividade econômica após certo limiar de crescimento, a organização dos pagamentos aos diversos fornecedores se torna uma atividade desafiadora.

Muitas veses os fornecedores antecipam as suas receitas cedendos os créditos para outras instituições, como securitizadoras, factoring, FIDCs, sem contar os descontos de títulos à instituições financeiras, transformando num caos o dia-a-dia dos departamentos financeiros das empresas

Com base nesse cenário muitas instituições destacam uma estrutura especial para organizar e promover os pagamentos aos fornecedores.

E nesses casos surge a figura da securitização dos créditos devidos pela empresa devedora, na qual é indicada aos fornecedores uma entidade única e específica a qual poderá realizar a antecipação dos recebíveis devidos por somente essa devedora.

Sendo assim, a empressa passa a ser devedora de uma única credora, qual seja, a instituição que antecipa os recebíveis dos fornecedores, e esses contam com uma estrutura especializada nessa devedora para ceder seus créditos, o que pode melhorar o custo da operação.

Além do benefício da organização da ativiade financeira de contas a pagar da empresa, que podera focar na sua atividade principal com mais energia, pode gerar um benefício financeiro decorrente do deságio das antecipações dos recebíveis, mesmo havendo captação de recursos de terceiros, desde que num custo menor que o deságio.

Estruturas via Cia Securitizadora e ou FIDC

É possível utilizar diversas ferramentas para essa finalidade, surgindo como as mais eficientes as companhias securitizadoras e os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios – FIDC.

Essas estruturas, cia securitizadora ou FIDC, funcionam como “hub” para a aquisição de todos os créditos devidos pela empresa, oferecendo uma remuneração adequada aos investidores (acionistas, debenturistas, cotistas, etc.), que podem ser do mesmo grupo econômico, ou investidores terceiros.

Para receber recursos para antecipar os créditos cedidos pelos fornecedores, a cia securitizadora por utilizar-se de certificados de recebíveis ou debêntures, e os FIDCs de cotas, especialmente mezanino ou sênior, oferecendo retorno compatível com o pago ao mercado, ou mais atrativos.

Exemplo de Caso Real (Sem Nomear os Envolvidos)

Uma indústria do ramo de cosméticos possui fornecedores em todo o território nacional e no exterior. Nas suas relações, a indústria compromete-se a pagar os fornecedores em 3 três parcelas, sendo a primeira após 45 dias contados do recebimento dos insumos, e as demais em 60 e 90 dias.

Os fornecedores que tinham necessidade de antecipar esses recebíveis cediam esses créditos para Cias Securitizadoras, Factorings, FIDCs ou contratavam operações de desconto com instituições financeiras.

Como é de se imaginar, a indústria recebia diariamente inúmeros boletos de cobrança, contendo diferentes entidades informando serem os novos credores de determinados creditos.

Como forma de resolver esse problema e gerar valor aos seus fornecedores, o grupo econômico da indústria constituiu um FIDC com o objetivo de adquirir somente os direitos creditórios dos seus fornecedores devidos unicamente pela indústria.

Considerando a capacidade econômica da indústria e o histórico de créditos, o custo de captação de recursos foi inferior ao praticado no mercado, o que permitiu reduzir o custo na antecipação de recursos aos fornecedores.

Atualmente, os forncedores somente antecipam seus recebíveis, devidos pela indústria, mediante a cessão desses créditos para o FIDC, suportando um custo financeiro menor e de forma automática no portal da entidade.

E a indústria deixou de se preocupar com os inúmeros boletos que chegavam, possuindo apenas o FIDC como credor diferente dos próprios fornecedores.

Considerações Finais

A securitização de créditos mono sacado é uma solução que pode beneficiar tanto as empresas que possuem diversos fornecedores e tem a prática de pagá-los a prazo, como os próprios fornecedores que suportam um custo menor pela antecipação dos recebíveis.

Essa solução está disponível para as empresas de todos o setores (comércio, indústria, serviços, etc.), e para todos os portes, podendo ser estruturada através de diversos veículos, especialmente companhias securitizadoras e Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios – FIDC.

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